sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Assim sou só

Sempre achei que precisava de um psicólogo para me ajudar a ser alguém melhor.
Desde quando era uma criança minha mãe me dizia que eu não valorizava as pessoas que me amavam, pelo contrário, eu esnobava, me afastava.
Cresci achando que não amava.
Mas, como proceder? Amar eu amava, era inevitável. Amava minhas amigas, minhas companheiras fieis [e ainda amo :'] mas não havia dito nada, nunca tinha me dado conta. Preferia não usar a palavra ''amor'' e enfrentar as casualidades sorrindo, bastava.
Fiquei um pouco maior. Mudei de escola e conheci novas pessoas.
Ah, a Grungie... Dentre tudo o que ela me ensinou, essa minha versão brasileiramente fabulosa de Amelie Poulain, está, entre todas, as mais importante lição da minha vida até agora: não ter medo de dizer que amava alguém. (Você deve se perguntar: afinal, o que é que a menina tinha? esnobava amor ou não tinha coragem de oferecer? Tinha medo de acontecer assim como ela faz?)
Ação e reação? Não... Ela ainda não conhecia esse mecanismo, esse tipo de relação. Dizer que amava, já tinha feito, já tinha sentido. Ela só não sabia nada do cotidiano, nada de valorizar o cotidiano, de perceber como palavras possuem o poder emocional do dia.
Foi feliz. Foi mais feliz.
Mas... como tudo são ciclos... veio a curva que decresce. Dizer é menos que fazer. Ó dama de pedra! Ignonímia sem par. Agora ela valoriza parcela daqueles que estão ao seu lado. Talvez alguns que não mereçam... Efêmeros indivíduos.
Assim sou só. (Será que essa afirmação ofenderia alguém?)

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