sábado, 18 de dezembro de 2010

no matter how i try....

eu tento nao me importar, mas eu simplesmente nao consigo. Queria me largar, viver e nao me preocupar. Não estar alerta o tempo todo.

O melhor seria nao exigir nada. E depois, não querer, só fazer.

convencao

cega ciência
que um dia
cedeu seu saber
a convencao

sabia liberdade
que um dia
negou sua existencia
a convencao

pobre do amor
que um dia
esquartejou seu corpo
a convencao

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O caos do alheio. eu não entendo

Eu não me conformo com o jeito que as pessoas enfrentam as coisas desse mundo.
Há muito tento entender o porque dessa minha rejeicão tão grande por álcool, pela cultura do álcool. Essa coisa de''vou beber para esquecer''. Afinal, que fraqueza é essa que impera e é aceita? Como é possível a fraqueza imperar? O que é que acontece que não se vê outra saída... outra forca, porque se esquecer para se sentir melhor?
Acho que a tristeza é muito valorizada e foi sempre, acredito, em detrimento da felicidade. Porque a dor emocional é tão ruim? Se houvesse respeito pela dor alheia, talvez houvesse menor valorizacao da mesma. O mundo para sim, o mundo para quando se está curando feridas. O mundo de cada indivíduo para, quantas vezes ele quiser por dia para a manutencao da saude mental. O trabalho, os compromissos e todo o maquinário artificialmente moldado a nossa convencao é que nao para. E se submetem... E nao se respeitam, se deixam invadir, se deixam chamar e ser frageis.
Sentir dor nao é estar morto, não é perder nada, é passar por uma fase...
Entao por que fugir da dor? Por que se foge ao invés de enfrentar, de se tornar mais sábio, mais dono de si? Afinal, o que é essa cultura da covardia que coexiste com o costume atual?

E se o bom do amor passar...

Simetricamente, sangrar.
Mas que as folhas não caiam por completo a ponto de não respirar

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Aprendi a chorar sozinha. E a dor é imensa. Talvez nao seja pela falta de colo, talvez seja porque chorar sozinho é, universalmente mais triste do que ter testemunho. Mesmo que seja alguem olhando, mesmo que seja te fazendo chorar. Chorar sozinho é lamentar, é esvaziar e não satisfazer, é ser triste de verdade.
NADA vai impedir o fim, nem um milhão de lágrimas. E elas caem, desinteressadas, vergonhosas, escondidas, disfarçadas.
Pisca pisca pisca, não deixe vermelhos os olhos perto daqueles que não podem ver.



Saindo do ônibus, chorei. Obrigada, Julio Lobo, você foi um dos melhores amigos que eu tive a honra de encontrar (':

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Oração a id

Acho que preciso voltar a aprender comigo mesma. Teoria é magnífica, não? Lindas palavras, encadeamento lógico perfeito das ideias.

Ah, mas como a vivência engana e torna complexas as relações, os sentimentos e, principalmente, o bem-estar cotidiano!

Essa é a hora de se apegar aquilo tudo que se acredita e lutar. Lutar contra seus impulsos decadentes, doentes pelo vírus que se espalha descontrolado pelos olhos, garganta e chega ao peito, perigosamente.
"Minha base, meu amor, minha salvação é aquilo que melhor conheço e sinto, não o melhor de mim. NÃO PODE ser o melhor de mim." Era como eu pensava três minutos atrás.
Não, amor, me enganei quando disse que é o melhor de mim. O melhor de mim é o que eu lhe ofereço, é minha bondade, meu afeto, minha infinda vontade de te por pra dormir todos os dias com a certeza de lhe ter visto sorrir.
Amor complementar versus suplementar. Guie-me, SOMA, torne-nos cada vez mais dois, cada vez mais separados e cada vez mais egoístas, mais felizes com nós mesmos, com nosso amor.
Que eu me afaste da dependência, do potencialmente nuclear afeto doentio que cresce, ciliado como lacraias pela pele.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Assim sou só

Sempre achei que precisava de um psicólogo para me ajudar a ser alguém melhor.
Desde quando era uma criança minha mãe me dizia que eu não valorizava as pessoas que me amavam, pelo contrário, eu esnobava, me afastava.
Cresci achando que não amava.
Mas, como proceder? Amar eu amava, era inevitável. Amava minhas amigas, minhas companheiras fieis [e ainda amo :'] mas não havia dito nada, nunca tinha me dado conta. Preferia não usar a palavra ''amor'' e enfrentar as casualidades sorrindo, bastava.
Fiquei um pouco maior. Mudei de escola e conheci novas pessoas.
Ah, a Grungie... Dentre tudo o que ela me ensinou, essa minha versão brasileiramente fabulosa de Amelie Poulain, está, entre todas, as mais importante lição da minha vida até agora: não ter medo de dizer que amava alguém. (Você deve se perguntar: afinal, o que é que a menina tinha? esnobava amor ou não tinha coragem de oferecer? Tinha medo de acontecer assim como ela faz?)
Ação e reação? Não... Ela ainda não conhecia esse mecanismo, esse tipo de relação. Dizer que amava, já tinha feito, já tinha sentido. Ela só não sabia nada do cotidiano, nada de valorizar o cotidiano, de perceber como palavras possuem o poder emocional do dia.
Foi feliz. Foi mais feliz.
Mas... como tudo são ciclos... veio a curva que decresce. Dizer é menos que fazer. Ó dama de pedra! Ignonímia sem par. Agora ela valoriza parcela daqueles que estão ao seu lado. Talvez alguns que não mereçam... Efêmeros indivíduos.
Assim sou só. (Será que essa afirmação ofenderia alguém?)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Feminismo ≠ Femismo e EGOÍSMO ≠ EGOCENTRISMO

Eu vou morrer dizendo isso; tentando explicar que para defender uma ideologia não se precisa ser rígido, radical ou intolerante, que o ato de exaltar o eu não significa fazer de si o campo gravitacional daqueles que lhe cerceiam.
NINGUÉM tem a obrigação de olhar para você, de falar com você, de presentear você, de sevir você, de GOSTAR de você. Assim como você também não é obrigado a nada disso.
Só gostaria que entendesse: a vida é JUSTA, não quer dizer que seja fácil ou vantajosa para você.
A aceitação do fracasso não é se conformar, muito menos se tornar um eterno fracassado.
Enquanto você admite que seus membros, cérebro e tronco sejam etiquetados, eles serão. Enquanto você quer que a porra da sua vida, que você adora dramatizar, seja uma merda, ela VAI ser uma merda.
E A CULPA NÃO É MINHA. A culpa não é da instituição, a culpa é SUA! A culpa é da sua preguiça. Você quer, você não faz.

EGOCENTRISMO: Um Rei gordo dentro de um colchão largo, volumoso e pouco denso. Tudo que se põe no colchão rola em sua direção.
Fama, moral, é isso que você quer que eu ponha. Que eu tire a espuma? É tudo o que você tem.

EGOÍSMO: Política entre duas instituições. "Todo homem e toda mulher é uma ESTRELA!" Independente, com seu próprio caráter e suas próprias motivações.

Se relacionar com pessoas não é fácil. Não se conquista alguém para ter tudo o que ela lhe oferece. Ela te dá, ela não te deve NADA!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A daughter to call moon singing along with the stars.
She breaths, she drinks a cup of coffee and apreciate the soft far wind , years away from her .
Lost between youth and responsabilities, almost catching her old dreams, she builds others while tries to feel her fifteens, the taste of peanut butter, the freedom of vacation and the mock love growin up into her heart.

She dreams, she sings along the wind the song of the moon's love and loves her moon, whos inside of her, waiting for future.

domingo, 8 de agosto de 2010

i dont believe u

it weren't my world, it didn't even make sense for my own perspective, my own reality
I think you should watch out, cause till now the road's gonna be the best you can do
for you, for future, for dreams, to dream bigger as the days are passing by;

forget the suffering you're gonna face for this present months (might be 3 at least)
you'll fall off you're beatiful white horse, pretty darling, I gotta tell you
everything lasts, and, WHAT A SHAME! It will last too, right now, right this next days.

Those things, that place's gonna be real, is gonna be the right place and the right person.
Your place will be right far of that

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mofando nos arquivos *txt 3

Aprendi a colecionar histórias e saber (e querer) quando elas acabam.
É gostar da história mas não querer estar dentro dela o tempo todo.
Viver como uma personagem é para poucos,raros momentos.
A alma cansa, o corpo cessa.Há entre a luz, as trevas e entre os suspiros, a pausa.

Não entristeceria e nem invejaria a felicidade de outrém.
Cada um com seus registros, emoções.
Cada um com suas coleções.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Preciso aprender a me respeitar, saber de quem eu devo me afastar

um dia posso não voltar, minha cama vai continuar sozinha ♫


De que vale uma existência?
Acho que o que me faz pensar isso é o meu comodismo.
Quando se é inútil, é previsível esse tipo de pensamento, afinal, é um meio de justificar seus atos falhos, sua existência falha.

Se não existo para servir alguém, o mundo, um mercado consumidor, enfim... Devo pelo menos existir pra satisfazer meus próprios sonhos.
Pelo contrário. Me destruo, me torno inútil e um peso morto até pra mim. My own enemy, the biggest one.

Sei o que fazer. Estou estagnada demais pra conseguir.
O que me intriga é: Existem pessoas na mesma que eu e elas não dão a mínima. Por que é que eu me sinto assim, tão mal? Acho que elas estão assim porque não sabem para onde seguir.
Eu tenho. Sei o que me faria ganhar o dia. E não me importo. Sonho demais, corro atrás de menos. É esse o meu problema.
Alguém aí tem alguma dica, rs ?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

sem ninguém.

Seu rumo foi mais seu sem eu.
Seria bem ruim com mim.
Porque agora, enquanto dura esta hora
está lá e eu cá
cavando nossa sepultura
cada um com sua pá;

Se me amas, se me odeias
Só a estrela saberá
Ela nos reencontrará
Se no tempo eu ou tu rodeias

Uma marca aí ficou,
O que o mago professou
a minha vida contaminou
a história de quem já me amou


Saber como estás
seriam ironias absurdas
a estrela levará
para ti, Felipe. Desculpas.

Mofando nos arquivos *txt 2

Já cheguei a pensar que estar em casa no ócio era como estar morto.
Houve saídas que não deveria ter feito bem como outras que mudaram significativa porção de minha vida.
À estas últimas, dedico a segurança que mantenho no caos.
Sobre as primeiras, prefiro pensar que fortaleceram minha imunidade ao tédio, ironia e escárnio.

Mofando nos arquivos *txt

Dorme cedo, acorda tarde, dorme cedo. Que tens que foges do dia, minha cara?
Foges da vida rejeitando as pulsações suas.
Rejeitas a vida porque ela te invade, te é o sumo e tens medo?
A rejeitas porque engole tua razão, tua falsidade, teu livre arbítrio?
És mimada, minha filha, és fraca.
Uma coquete que não sabe ao certo o verdadeiro sofrimento e corre às abas da segura superficialidade, para ostentar sempre a beleza de um sorriso imerso em maquiagem.
Não queres viver, queres temer. Temer quando todos temem e não viver quando niguém o faz é absolutamente aceitável.
Não te nomeariam ridícula.

A tristeza de hoje é o êxito passado, já dizia uma criança... Muito mais preparada que tu.

domingo, 20 de junho de 2010

But we all know the hat is wearing me / OCL-Tentação

Tentação: Quebrar dúzias de copos na parede.

And all the children sing:
"We hate love, we love hate"
Marilyn Manson

I-Melodia na porta do inferno.

Cheguei em casa. Me livrando em um segundo da casca que me envolve, hipócrita, liberto em calor o demônio, a fúria, a frustração da incompetência que me foi rotulada e que não me intimida, mas me limita.
Canto, grito, berro o meu hino do ódio irresponsável onde cacos e cacos de vidro formam-se a tintilar a melodia do caos. Os cacos caem e não param de surgir. A forma fria e burguesa do copo, que recebe a visita e mostra aquilo que há de bom é extinguida. Ela vira sujeira, o feio, o real, anti hipócrita, inconveniente.
Alguns cortes nascem na pele. Nada que doa ou sangre muito. O suficiente para sujar, tirar da pele o falso e mostrar o real.
Quente, rápido, em cólera o corpo age involuntariamente.

II- Alvorecer

E cessa o caos. O corpo cansa, a alma não se sacia, entretanto, entristece.
E quando entristece, ah... Só restam os cacos. É tempo de limpar o que lhe fez mal. Uma cozinha despedaçada e uma vaga ideia ganhando força: o cuidado em ordenar de seus pais foi ultrajado. Eles podem chegar a qualquer momento. Como em um demônio agora a fraqueza surge, pois a casca de um demônio é o ódio, uma simples armadura que esconde, amargas, a tristeza e a condenação.
Como um escravo agora eu limpo, torço, resmungo o fim do hino e o responsável volta à tona. Me preocupo. Me limpo. Me renovo. Me acoxambro.

sábado, 19 de junho de 2010

who warms

É muito. Não que seja demais para mim, mas é muito, é tanto, é lindo.

amor não se agradece

fato

O fim não acaba, esvaece. Esvaece e alvorece o Sol do nosso tempo.

Por isso não chore, querido, não chore por aquilo que já não tem nas mãos, em casa ou na rotina.

O consolo àqueles que fortes são não te faz aplaudir,senhora. Entretanto, a lição que o servo tem ao vassalo se faz rica sempre. Minha ínfima alma lhe acaricia, fera forte, fera temida, fera temente. Pois sei que é fraco e frágil além de forte. Que pretende ao amor tanto quanto eu e tanto quanto seu gênio.
Acredito que a fome se fez maior que a angústia em seus trechos até agora.

Não se apegue à seu vinho,senhor. Não se apegue ao ópio. Pois a ausência só faz doer quando a presença é necesária. Quando se ama, senhor, as estações te felicitam. Saberás o que vai e o que vem, lembrarás da colheita e das flores mas não amargará o chá que te aquece no inverno.

O fim não virá para o mal, meu senhor, o fim não se chama fim, mas início.
Pessoas vão, dinheiro vai, só resta a consideração.
Tristeza é coisa de possessão, senhor.
Onde quer que estejam aqueles que lhe encantaram o coração, saiba que estarão contigo, senhor, saiba que a vida passa e nem por isso é ruim. A herança dos que habitaram a Terra ecoam eternidade afora.

E é isso, senhor, apenas isso que resta de todos aqueles que um dia foram um conjunto de átomos, um conjunto singular proveniente de um macaco e formadores de seu filho, talvez.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

four rusted horses

Quatro anos já escrevendo aqui. PQP!

Se minha vida não fosse tão entediante, seria interessante voltar e rever alguns momentos. haha!

O cruel mesmo seria ver as baboseiras, aquelas que agente já fez e condena, saca?
Um exercício de força seria divulgar o link abertamente, deixar verem o meu passado tosco e tentar não sentir vergonha daquilo que já se foi.

Deixar verem mais, muito mais que meu corpo nu.

mulheres...

ou se amam ou odeiam, fato.

domingo, 6 de junho de 2010

incenso fosse ópio...

Doce densa dura fumaça penetrante nos pulmões dos que frequentam agora o quarto de Eliane Pascoal.
Tudo parecia normal para aqueles que passaram pelas portas de entrada e saída do corpo, da alma e da história de Eliane Pascoal.
Agora, jaz o corpo. Lisos longos lascivos cabelos ensanguentados, pele clara, agora branca, que foi tocada, apertada e beijada por todos aqueles que sentiram, em seus pescoços, a respiração quente, úmida e apaixonada de Eliane Pascoal.
Ela vê agora, no corpo que a sua frente cresceu, se desenvolveu e morreu, imperceptíveis aos olhos alheios, profundas marcas deixadas nela e, reciprocamente por ela, a feição, molde e timbre de Eliane Pascoal.
Uma tumba em outra tumba agora seriam as aventuras compartilhadas apenas com quem não censuraria as atitudes de Eliane Pascoal.
Veias abertas, vestido transparente, manchado, não revelarão o coração intenso e apaixonado de Eliane Pascoal, nunca.
Motivos, manias, maravilhas de ser quem era, suja lúgebre paranóica, eram despertadas com sucesso entre as cotinas e a porta do quarto de Eliane Pascoal.
Doce, densa e dura fumaça era aquela que fazia arder os olhos já vermelhos fatigados e rancorosos da vida, da comum vida que pulsava por maior que mediocridade. A vida de Eliane pascoal.

--Alguém, por favor, sabe qual o motivo da morte de minha filha? Lhe imploro estranho, amigo, cúmplice do suicídio da frágil suave flor da vida de Eliane Pascoal!
--Ela abocanhou o medíocre, senhora, e sentiu falta. Ela procurou saída, senhora. E sentiu falta. Ela saiu do corpo, senhora, e abocanhou o quarto inteiro com seu sangue. Continuou a sentir falta. Mas eu acho que ela agora não sente falta. Sua água, respiração e timbre se espalham junto às moléculas do mundo, senhora. Assim, e só assim, ela encontraria o seu lugar.
Porque se preocupa em fazer sentido a quem pouco se importa com o que sai de seus lábios?

Viva agora a beleza que a prisão lhe impõe, pois quando for livre... Quando for livre, tudo que é belo se esconderá... Quando for livre, o belo não quantificará dinheiro, mas qualificará o corpo, o presente e a luz, a luz quente que te visitará, de graça, a cada dia de sua janela sem grades (desprotegida de qualquer segurança remunerado)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

le premier bonheur du jour

mas, ah, amor, o vento vira muito quando tira da cabeça os sonhos.
O sol sublima completo as trevas nas correntes de ar
e as partículas de afeto, amedrontadas pela noite, desabrocham como jovem girassol exposto ao primeiro sinal exterior deste devasso, impune, e fantástico mundo novo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

And I know...

love will tear you apart

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os cabelos ensebando-se de saliva levam à língua sua suave textura. Ao passar pela garganta, pequenas cócegas a fazer sufocar. Adapta-se.
Os ombros, ah. os ombros... exigem o máximo de si, passam seguidos das costas pelos dentes.
As pernas, joelhos, o tendão se estica, alonga. O calcanhar nos incisivos. A língua nos pés. O nariz sente os dedos. Ela foi engolida pela própria boca.

Abra os olhos e veja a beleza de quem anda assim a seu lado.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Não te valorizam os volumes lidos, a graduação ou maturidade. O verme que cai, quase podre, na esquina de alguma rua longínqua de sua realidade rotineira não é nada mais que seu igual.

A não ser...

A não ser por sua postura arrogante e coleções intelectualóides preenchedoras de prateleiras. Por mais que saiba tudo aquilo que se posiciona a saber, por mais que esteja satisfeito com sua existência, você continua verme. Entretanto, menos asseado do que aquele que morre na esquina.

A diferença entre você e ele, na verdade, existe. Sua arrogância tem motivos reais, congratulações!
Ele come restos de comida.
Por sua boca e vísceras passam destroços da asquerosa, suja cédula monetária local.

domingo, 16 de maio de 2010

duas caixas de doce

E ela parou de procurar nas estrelas as coordenadas do interior. Deixou de sonhar o impossível e se desprendeu, suja, de todos os amargos âmagos da angústia.
Mas isso não é feliz, ela é feliz. Ela é? Ela é feliz sofrendo a ação da gravidade? Afinal, quem o é?
E é essa a lição que os esclarecidos morrem passando aos que ficam de costas à realidade.




Eu quero tentar, eu quero ser igual a todo mundo que joga futebol

segunda-feira, 10 de maio de 2010

pequeno como o planetinha

Ser sucesso, um carro
Ser desejo, um (ou mais) coração
Ser grande: escarro
Jogar: a vitoriosa sensação

Ser letrado, ter estantes completas
Ser culto, arrogâncias discretas
Ser conhecido, uma roupa agradável
Insensível, amargura estável

De que vales se não cativas?
O que cativas se não vales?



Como se cativa? Não sei, só sei que não é por valer, talvez por valor.

sábado, 24 de abril de 2010

Mas eu acho que

palavras são, realmente, erros;

deve ser por isso que se explicam os sonhos em essência, na emoção que os construiu.
Ninguém fala neles. Se fala, são pelas atitudes, através da alma refletida na retina.
Tudo que eu sonho, eu amo. Porque só se ama aquilo que se sente.

terça-feira, 13 de abril de 2010

incompetência. sufoco.

O fato de estar satisfeita realmente me emputece. É, me emputece mesmo, se a palavra não existia, passou agora a existir. Me emputece o fato de saber que estou feliz e, por tanto satisfeita com minha condição. Afinal, satisfação significa comodismo, e o comodismo cega.
Quando reflito em relação ao movimento, caio naquela de que a humanidade é insignificante até pra ela mesma.
Afinal, eu estudo... estudo para trabalhar. Se não, estudo para satisfazer necessidades intelectuais de outras pessoas, que tiveram necessidades como a minha. É isso o que chamam arte hoje em dia.
Fazer as coisas para si é apenas labor, não te dá sentido. Estou achando que to caindo nessa de achar que o trabalho é realmente aquilo que dignifica o homem. O que é que me faz pensar que eu deva realmente existir se não o fato de que eu tenha que servir a sociedade? Tenho que existir para ver as amadas crianças a minha volta crescerem? Sim. Me seria de bom grado. Entretanto, o que mais? De que mais consiste a vida se não sua ocupação?
Como ser alguém bom para alguém, sendo que não me exercito, não tenho coisas úteis a passar? Seria apenas uma seção inútil no jornal. Do tipo 'entretenimento alienante'
De que me vale uma total revolução interior?
De que vale a modificação de uma sociedade?
São fatos. Não é bom, não é ruim. Talvez nem desperte emoções.
Emoções. Emoções são inúteis, ilusões. A realidade, por outro lado, não representa muita coisa, já que não causa emoção. A realidade são só artigos de jornais. Coisas que você deve saber para ir bem em uma prova... E passar nela... E ser um cidadão de bem, ser alguém formado. De que importa?

domingo, 4 de abril de 2010

"Tudo bem"

Tamanha a minha ousadia em querer que TUDO esteja bem.
Tudo, perfeição. MENTIRA.

O que o crepúsculo de domingo tem

Que deprime agente tanto, tanto..?

Acho que sou covarde. Fazia muito tempo que não via o tempo passar assim, agonizante, como nas tardes de domingo. Um receio do que já foi e uma ânsia pelas que ainda vão acontecer. Tempo de estagnação, onde restam sensações desagradáveis de nostalgia.

Sempre fugia. Vivia como sempre quis viver. Mas hoje, como essas que o destino sempre tem, acabei por aqui ficar.
Me imagino onde costumo estar. Me parecem tão vazios de significado meus motivos para não estar aqui, na morbidez.

MORBIDEZ. É essa a palavra. Ela é a lama criada por suas lágrimas, que vai passando, viscosa, por todo seu corpo, te fazendo afundar mais e mais... até não respirar. Lutar contra a morbidez é difícil e nas tardes de domingo, chega a ser impossível. Me consola o alvorecer do novo dia. O encontro com pessoas, as pessoas da rotina, a segurança da rotina que, infelizmente, te acolhe e te deixa mais forte [ou parece te deixar mais forte].
Agora é tempo perdido. O sol já se pôs e a noite te envolveu em casa. Nem que saia, nem que veja gente, muita gente, o melhor de gente que você pode considerar, não vai se libertar da lama. E você engoliu a lama. Está estufado, absurdamente cheio de lama. A lama que te sufoca, que pesa aos olhos, diminui a audição, que causa indisposição.
Por favor, que quando acorde, a lama tenha acabado, que eu ouça os pássaros, porque isso é coisa que agente só ouve quando está tudo bem.

domingo, 28 de março de 2010

sábado, 27 de março de 2010

Relato do status imbecil [isso foi pleonasmo]

Estacionamento. Lá você vê pessoas entrando. Pares de marca de mãos dadas. Salto alto e tênis caro. Burgueses casais. Amor jovem, amor jovem de família. Família. Crianças, adultos, cidadãos de bem. Esteticamente bonitos, tatuagens como adorno, não exteriorizam nada interior aos seus poros. Se exteriorizam, exteriorizam uma vontade de ser olhado e comentado de modo esteticamente positivo: "Ah, que bonitinha!"
Andando pelos corredores, aquele barulho de muitas pessoas. Cheiro artificial. Perfume. Produtos, etiquetas. Mais casais, mais borboletinhas, mais flores bonitas na pele. Claridade, corpos esbeltos moldando roupas.
Loja de roupas. Araras cheias dos mesmos modelos e tecidos do último ano [seriam as cores que mudam? As vitrines me parecem tão iguais, mas eu sei que são diferentes, elas TÊM que ser diferentes.] No meio delas, acessórios. Acessórios comuns, de gente comum. De gente de bem. De gente sem graça, de peças mecânicas, peças que servem, que alimentam o modo de produção atual. APENAS PEÇAS. Peças felizes por estarem inseridas, pois é por estar inserida que ela aliena o fruto do esforço para comprar um pedaço de plástico, fruto da pobreza.
Uma peça bonita. Européia. Nela uma etiqueta. "importado", ela diz. Apenas "importado".
Mas, afinal, importado de onde?
Resposta: Quem é que liga? É importado. Veio do Norte, veio do Norte para servir o Sul subdesenvolvido. Então ter uma peça importada, é ser superior a essa classe subdesenvolvida. É ter contato com seres que falam uma língua mais bonita, mais popular. Detentores de beleza aceita [mentira, é imposta mesmo] por todos como a maior.
Importado? Importado! Veio de fora do país. Se não veio do Norte, veio de qualquer outro lugar. Um lugar que se comunica com você. Comunicação. A peça social quer comunicação. Ela implora por comunicação. Ela se afunda em contas para tocar outro lugar. Para se esquecer, por um segundo, da falta de significado que ela tem para a sociedade, para o seu país, para ela mesma.
Importado! Só não se sabe de onde, não importa de onde.

I know a man who's a braver man, and twenty men as kind

But what are you
that should be
the one man in my mind?


O medo da imagem? O medo de sofrer, de ser o fraco, a vítima, de ser olhado com dó.
Quando é que cessam os medos e se vive? Só vivemos com medo?
Por que é que quando se está no céu, mesmo quando se está pleno, existe o medo do outro extremo? É mais fácil acreditar no presente estático, o início da linha do futuro, uma constante.
O mais fácil nunca é o real. Apesar de o real ser simples.
Deixando o romantismo de lado, você reconhece o dinamismo da vida, do presente . [e que bom que as coisas mudam]

FUTURO.
Futuro é esperança. Estava estes dias refletindo sobre o medo. Por que é que sentimos medo? Cheguei a conclusão de que é porque temos esperança.
Imagine-se em um lugar que lhe desperte medo. E esse lugar pode ser qualquer um, o medo é sempre o mesmo, é instintivo.
Eu peguei o 'castelo do terror' dos parques temáticos da vida aí.
Você entra, e tem medo. Muito medo, pavor. Vontade de sair, porque sua vida não pode acabar ali [relembrando, o medo é instintivo, logo, autônomo. Funciona sempre do mesmo jeito. Portanto, acho que não exagero falando de 'vida' num parque de diversões] É a esperança. A esperança que te faz ver graça, ver a vida e gostar dela.
Um suicida, um real suicida. Não daria a MÍNIMA pra tal ameaça. O que ele mais quer é se entregar. Não tem forças [ou não quer ter] para enfrentar suas dificuldades, já não vê saída.


Enfim, achei este texto raso.
Isso só me levou a uma conclusão: Carpe diem!

Aproveitar cada segundo antes da tragédia.
Não se apegar a uma constante, mas sim a momentos

sábado, 20 de março de 2010

Quantas belas palavras foram gastas aqui com pessoas nem tão belas assim.

Agora, enquanto o alvorecer acontece, simplesmente não há palavra que expresse a luz e o calor do sol.
E de close em close, fui perdendo a pose até sorrir feliz (:

quarta-feira, 3 de março de 2010

Primavera. Flores do mal (?)

Não é primavera, porém, é meu estado. Três dias de completa alegria e paz interior. Por que?
Procuro sempre o buraco no verde chão do paraíso. O inferno se encontra no meio do paraíso. Seria essa a hora de toda a vingança do destino? Pois quanto mais alto estamos, mais alto caímos. Desde quando tenho medo de cair? Desde que descobri que a minha força vem de um sonho? Quando os sonhos se tornam palpáveis, têm muita chance de dar errado, não?

Preciso de um novo sonho.
Estagnada (?)

Por que não somente feliz? Por que não acreditar na bondade? Por que se defender tanto? Tudo isso é medo da imagem. Está aí. Um novo sonho.

terça-feira, 2 de março de 2010

Meus livros para fingir que estudo
Meu violão para fingir que toco e
Minha vida para fingir que vivo


Lais Fiebig

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O peso da liberdade







Agora eu tenho um moicano.


Não quero justificar nada, mas acho que o objetivo de ter feito isso, ato tão grave para o núcleo pequeno-burguês da sociedade, casa bem com a tirinha.









domingo, 14 de fevereiro de 2010

destino?

Mas eu desconfio que o certo é o concreto
E o errado é o que não deu certo, logo, reflexão. Pura reflexão.
Se eu erro, eu acerto.
O certo é a nossa história

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Por que escrevo? - Alienação do sentimento

"Antes de escrever o livro que o guru lhe deu, você tem que escrever o seu"

Escrevo porque sou inconstante.
Vou tecendo, pouco a pouco no presente, os registros das minhas perspectivas mundanas.
Nada mais importa quando escrevo.
Para quem quiser conhecer - e como quero que me ajudem a decodificar- deixo exposta, como em cordel, a parte mais frágil de mim.
Exteriorizar! Exteriorizar a antítese dos meus sentimentos.
Ah! Mas a mim mesma eu engano!
Sinto que, com idas e vindas apenas a beleza das palavras não apodree a morbidez, entretanto, em segundos, ela torna pútrefe também os caracteres do seu registro.
Entre desenganos, minuciosamente, sinto, aprendo. Vêm como uma fita de sol que aquecem a pele e o coração.
Sinto. Traduzo. Banalizo.

Nietzsche chora?

Seria eu doente?
Vítima da moléstia interminante da indiferença? A moléstia que petrifica.
Assemelho- me a alguém que odeio. Me deparei com o meu interior semelhante ao exterior daquele que surpreendeu a todos quando chorou. É perigoso. É perigoso ser só. É perigoso ser só e viver em sociedade. É perigoso ser só e ser obrigado a querer alguém. Porque quando quero, quero, como disse Platão, a mim mesma. Seria eu capaz de amar em alma uma criança? Ela me parece um retrato antepassado. Distante. Em tempo e, principalmente, em epaço físico, em sentimento. O olhar terno, a face plácida e inocente transparecem o engano do amor. Da virgindade que não existe.
Apaixonar-se por sorrisos nunca foi seguro [apenas nos sonhos]. E apaixonar-se por um sonho? E se for um sonho vivido em três segundos? As coisas acontecem nas casualidades, enfim.

Viveria eu em sonho? Seria eu esquizofrênica? Preciso eu realmente de alguém para dividir algo?
Quem sabe a felicidade não foi levada tão a fundo a ponto de eu só a encontrar em mim...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

leve como sonho

Não me lembro do som nem das cores
Apenas do rosto e textura

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

enfim, o verão de nossa esperança

Quando eu prometi que em 2010 haveria mudança, nunca pensei que seriam tão profundas assim.
Estou, com esperança, reconhecendo a minha face novamente ao me descrever.
Tenho minhas metas, minha vida, tudo num 'eu sozinho'. Onde não preciso de ninguém para me sentir feliz, porque o maior motivo da minha felicidade é com quem eu sou e com quem eu vou me tornar. Tenho fé no meu futuro porque ele vai ser, novamente, o que eu mesma reservo.

Agora acho que não vou ter muito o que escrever aqui. Não por falta de conteúdo, como no ano de 2008, que o índice de posts diminuiu drasticamente, mas porque quando estou de bem comigo, não me restam coisas a desabafar. Me restam reflexões a aprimorar. Mas, eu odeio teoria. Isso nunca mudou. Por isso, não vou perder tempo com tópicos, tentar explicar algo que possa ser estudado. NÃO! Não quero que estas reflexões sejam estudadas. Quero que elas sejam para quem as mostro, uma ajuda na prática da vida. Assim é que se sente. Não através daqui.

Talvez comece a postar algumas coisas, não sei o que ainda. (:

Quando comecei a escrever este post, nem sabia o que ia sair... Afinal, estou feliz =D
Recuperei minha fé em mim.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ouro de tolo

Sinceramente, eu tenho muita sorte por não me sentir feliz dentro da fôrma e poder me dar conta disso, de que estava tentando me adequar e, assim, sendo infeliz.

Hoje é o dia em que eu mudo, mais uma vez, o design do blog.
A antítese não existe! Eu só finjo bem... Só mantenho uma imagem para tentar ser mais complexa e intrigante PARA OS OUTROS.

Se, de fato ela existiu e foi tão forte, foi simplesmente por este meu 'eu' egocêntrico lutar contra o meu eu verdadeiro.

Este é o alvorecer da minha vida.

e não, Brian Warner, Há sim, um novo início vindo atrás do Sol, mas eu posso sim alcançá-los as fast as I run

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

retiro, o espírito

Este texto foi escrito em alguma noite entre os dias 14 e 19 de Dezembro enquanto me encontrava na pacata cidade de meus avós. Reconheço a autora como a parte espiritual de mim.

Tais dias em tal terra me trazem uma sensação já descrita por muitos no passado, mas não em foma positiva ou alegre. Aliás, não o é, po´rém, não é triste ou carregado de sentimento.
Caracteriza-se essa passagem mais como um retiro, onde o exterior é descartado- como não consigo alcançar tal exercício seguindo outro princípio, o faço impulsionada pelo tédio. Sim, o tédio! Principal companhia por estas ruas de paralelepípedo onde a única distração é a putrefe televisão, que me causa crises ao perceber alguns discarados mecanismos de emburrecimento.
Escrevo deste modo para reclamar. Essas são as palavras secundárias que planejei registrar hoje. Como sempre, o secundário é aquele esforçado que nada vale diante da magia do primário. Pois o primário se perdeu. À mim as palavras chegam sempre sem esperar. Embora desta vez receasse que não viessem.
Estava a construir uma crônica. Alienada, sempre. Infelizmente, como tudo que penso em escrever. Mas no tempo entre a mesma e uma caneta, esvanescera-e, para sempre, o feto de meu esclarecimento. Durante a busca, fizera também alguns versos sobre versos não registrados. A estes, adivinhe, a honra do registro também não fora concedida. Entretanto, de tão esclarecida a idéia, fez-me salvar pelo menos o enredo de tal motezinho.
Lá dizia que eu odeio versos perdidos, entretanto, o registro dele, quando se faz, é banal. O verso é banal. Não me considero vaidosa -e cega- o suficiente para considerá-los boa coisa. Quando me vem os versos, sinto que é preciso registrá-los, mas, se o faço ou não, não me importa. Exprimi. E está acabado. Quando registro, me enveneno de vergonha. Mas que paradoxo, deve você pensar. Afinal, posta tudo a quem quiser ler. De fato, gosto que se interessem por mim, mas não o incentivo de modo algum. Ao menos quando quero que vejam. Versos banais, porém necessários em certas ocasiões.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dama de pedra, Grandeza de lama, Ignomínia sem par!

Tento na infância desvendar os caminhos que me tornaram assim.
Fria, incapaz de amar. Pelo menos aos olhos daqueles que me querem perto de um jeito especial.

Cada vez mais imagino duas garotas completamente opostas em mim.
Uma é aquela dominadora. Olhos bem delineados e boca vermelha. Olhar aristocrático. A imagino num bar. Uma roupa sensual ao corpo, cigarro na mão. Geralmente sendo observada por um garoto. Mistério é a sua aura, egocentrismo é tudo o que ela pensa. Em ser melhor, superior (é podre, eu sei. Mas é isso, em raíz) É interessante, sim. Mas olha para cada um que demonstra interesse como um jogador em potencial. Faz de tudo para ganhar, ser a mais forte. Pensa em status. Na sua imagem e reputação próxima ao tal. Não sei o que ela pensa do amor. Deve esperar o idealizado cair em seu colo, se apaixonar intensamente e ser feliz. E, é claro! Que ele goste muito dela. Pois se não o fizer, ela prefere sofrer escondida e revelar a mais bela e resistente armadura que se pode vestir. É a beleza. A imagem. O valor padrão que toma conta de mim, a que mais se desenvolveu nesses últimos anos. É a minha parte ultra-romântica, burguesa, decadente, doente. A mesma parte que precisa de nicotina para ir morrendo aos poucos e deixar este mundo infeliz e tedioso. A garota que sonha com seu carro, sua independência financeira. Facilmente esqueceria o ativismo e ideal espiritual por uma dúzia de viagens onde aprenderia novas línguas e conheceria gente interessante. Fascista perfeita.

A outra. Ah, a outra.. Eu imagino com um tênis batido, short e uma camiseta G masculina. Cabelo preso e óculos de sol. Ela eu vejo no sol. De dia, num ambiente fresco. Eu vejo a ideologia impregnada em seu corpo. Nada de pintura, peças de roupa caras, não. Ela não precisa de tais artifícios para se mostrar forte, inteligente e consciente de seus atos perante a sociedade. Nela eu vejo sempre um sorriso. Não muito dinheiro no bolso, nem um carro. Mas é mais fácil enxergar amigos. Amigos fortes, iluminados. Ela não sente necessidade de sair de seu estado. Tem tudo o que precisa para ser feliz aqui. O seu lugar, a sua personalidade. Coisas que a deixam feliz por se identificar com elas aqui mesmo, conhecimentos a trocar. Uma reputação sim, inevitável. Porém nada como "a garota difícil, garota problema, aventureira em corações". Confesso que, eu, como estou agora, impregnada da garota com olhar aristocrático, acho essa segunda meio sem graça. Incapaz de ter uma relação duradoura com alguém.

Não sei se Deus pode mudar a minha vida, mas, estou achando que Satã sim está tendo este poder. Não falo de corrupção, mentira, rituais maléficos. Falo de alienação. Burrice e egocentrismo. Amor idealizado e logo, tristeza.
A melancolia e a morbidez quando nos entregamos são doces. A atmosfera cheia de fumaça, densa, pesada e escura me acolhem. Entretanto, acho que isso só serviria para mostrar aos outros. Como cicatrizes nos pulsos de alguém corajoso demais para fazer uma imagem, mas covarde demais para se matar de fato.
Sinto falta do ar puro, de um sorriso. O coração batendo num ritmo em que a sensação inunda a alma. O vento batendo. A suavidade da tez, cabelos ao vento. Numa simples manhã de Sol, assim como era quando, aos seis anos de idade, eu acordava, abria as janelas e assistia televisão deitada. Era o alvorecer de um novo dia. Claro, fresco e livre.
Sinto falta de amar como criança.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Te quiero, chico. Te quiero en libertad

NUNCA. NUNCA apaziguar as vontades.
Aquele abraço deve ser dado
Aquelas palavras devem ser ditas

Porque amar tem o frescor da juventude. Amar é o verão eufemista, a intensidade de um curto espaço de tempo, o qual fica no peito junto a um sorriso.
Amar não deve ser adulto, racional, possessivo ou manipulador, não deve nunca ser maduro.

É preciso aprender a ser criança...