quarta-feira, 26 de maio de 2010

And I know...

love will tear you apart

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os cabelos ensebando-se de saliva levam à língua sua suave textura. Ao passar pela garganta, pequenas cócegas a fazer sufocar. Adapta-se.
Os ombros, ah. os ombros... exigem o máximo de si, passam seguidos das costas pelos dentes.
As pernas, joelhos, o tendão se estica, alonga. O calcanhar nos incisivos. A língua nos pés. O nariz sente os dedos. Ela foi engolida pela própria boca.

Abra os olhos e veja a beleza de quem anda assim a seu lado.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Não te valorizam os volumes lidos, a graduação ou maturidade. O verme que cai, quase podre, na esquina de alguma rua longínqua de sua realidade rotineira não é nada mais que seu igual.

A não ser...

A não ser por sua postura arrogante e coleções intelectualóides preenchedoras de prateleiras. Por mais que saiba tudo aquilo que se posiciona a saber, por mais que esteja satisfeito com sua existência, você continua verme. Entretanto, menos asseado do que aquele que morre na esquina.

A diferença entre você e ele, na verdade, existe. Sua arrogância tem motivos reais, congratulações!
Ele come restos de comida.
Por sua boca e vísceras passam destroços da asquerosa, suja cédula monetária local.

domingo, 16 de maio de 2010

duas caixas de doce

E ela parou de procurar nas estrelas as coordenadas do interior. Deixou de sonhar o impossível e se desprendeu, suja, de todos os amargos âmagos da angústia.
Mas isso não é feliz, ela é feliz. Ela é? Ela é feliz sofrendo a ação da gravidade? Afinal, quem o é?
E é essa a lição que os esclarecidos morrem passando aos que ficam de costas à realidade.




Eu quero tentar, eu quero ser igual a todo mundo que joga futebol

segunda-feira, 10 de maio de 2010

pequeno como o planetinha

Ser sucesso, um carro
Ser desejo, um (ou mais) coração
Ser grande: escarro
Jogar: a vitoriosa sensação

Ser letrado, ter estantes completas
Ser culto, arrogâncias discretas
Ser conhecido, uma roupa agradável
Insensível, amargura estável

De que vales se não cativas?
O que cativas se não vales?



Como se cativa? Não sei, só sei que não é por valer, talvez por valor.