segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alterava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.

Edgar Allan Poe

terça-feira, 24 de novembro de 2009

verano. parte um

Não sei o porquê de escrever algo para alguém que não dignificou alguns segundos de seu tempo para mim. Um estranho, completo desconhecido aos olhos de quem passa na rua agora e nos vê. Não deveria dedicar meus minutos de escrita a alguém assim. Mas diferente de ti, eu faço, peco contra o orgulho e justifico, na sua cara, com tudo aquilo que você foi para mim.

Tais palavras ecoavam enquanto ela caminhava para a casa depois de um dia de diversões no parque. Só, caminhava observando, de longe, um jovem esportista que rumava para a casa.
Ar puro, o barulho dos carros, clima de chuva. Dentre a atmosfera muda e seca, ambos seguiam o rumo distanciados pelas palavras contidas. Mais que metros físicos, o que os deixava longe era o conjunto de átomos, toneladas deles. Átomos de orgulho, desprezo. Átomos que doíam, átomos indiferentes, normais, que distanciavam estranhos. Tanto desprezando quanto sendo desprezados, ambos seguiam.
Um simples atraso ao sair o parque causou a desagradável reflexão provocada por aquela imagem. Aquele estranho a sua frente, indo para a casa. Deixando para trás todas as suas memórias. Rasgando o vento tão rápido em direção ao futuro, que sufocava. Ela se sufocava.

sábado, 21 de novembro de 2009

Todo ciclo existe e tem que ser fechado, não interessa quanto tempo demore

Post de 18 de junho de 2007

Vá lá e veja, leitor. Depois volte. Sou corrompida demais para não me deixar levar pelo pecado da preguiça.

Quem diria que aquela liberdade que eu sentia ao estar livre, era na verdade o oposto.
Essa tal liberdade durou um ano em que fui mais alienada (perceba pelo número de posts).
E voltou para mim personificada na mesma pessoa. Aquela de quem eu me via um diamante nas mãos de um mendigo foi a chave para meu reencontro. O mendigo continua sendo um mendigo, mas não há ninguém no mundo que tenha encontrado mais felicidade nesse mendigo que eu.

Digo isso agora e, a segunda parte do ciclo é quando, sufocada pela alienação acabo por trocar os papéis e virar o mendigo e ele o diamante, para depois perceber que o ideal é utopia. E que a utopia se encontra em nós.
Caiu por Terra. Fez a curva para baixo, reencontrou o início e acabou.

Entrei em outro ciclo. Um ano atrás eu rompi. Depois de esquecer, bate na minha cara com a curva de fechamento: a triste.

A primavera de nossa desesperança

Preciso parar de pensar em sentimentos.
Sempre que penso, chego a conclusão de que não sinto nada.
Avalio no plano da razão todas as consequências do mesmo e sempre, sempre caio em déficit.
Ninguém me deixará feliz, logo, não deixarei ninguém feliz. De que vale uma vida em que o bem -estar é um novo testamento dos judeus?

Vêm como um raio. E é, na minha opinião, o motivo de a racionalidade ser tão desprovida de essência.
A vela queima nas duas pontas. Você ignora o calor e analisa, gota por gota por fim esquecendo de sentir a temperatura. O resultado é metade da noite em gasto de energia determinando um padrão e a outra metade fria e escura.

Minha vela queima nas duas pontas. Prefiro esperar acabar sem ver a luz, sem te mostrar essa luz.
"- Essa vela um dia já queimou", é o que eu quero dizer.
E que força inútil é essa que eu quero te mostrar? Que fragilidade eu vejo no presente? Em estar nas mãos de alguém?
Enquanto ela queima, me sufoca.
É como o verão neste lugar, que tarda a chegar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Doze de novembro de dois mil e nove

Nada melhor que um aniversário para fazer um balanço de sua vida. Ano novo e natal também servem, mas, no meu caso, o aniversário vem perto e antes.
Não que fazer um balanço seja mau, mas comparar este aniversário com outros é ruim, ainda mais quando se sentiu no céu em um e em outro tratou como um dia longo que demora a passar.
É claro que há aqueles que se importam realmente com você e fazem do seu dia, pelo simples ato de serem sinceros e se expressarem, um dia especial.
Mas a morbidez em que me encontro agora transformou essa data que eu sempre achei tão bela e suave até nos números em um desejo intenso e inabalável de me encontrar sozinha, entre tristeza e reflexão.
Incrível como uma única ação no fim de seu dia possa construir a lembrança tão intensa e melancólica do que essa data foi.
Uma rede inteira de amigos, um dia cheio de descobertas e sentimentos profundos raramente sentidos e muitas risadas felizes vão embora com a indiferença de uma única pessoa.
Indiferença. Apenas a indiferença de alguém nem tão próximo assim te estraga o dia.
É idiota, sem motivo, quase ridículo, concretamente vergonhoso admitir isso para alguém, mas eu fiquei triste por esperar algo de outra pessoa.
Um simples desejo forçado fez toda a atmosfera quente, feliz, iluminada e colorida do dia cair por terra e transformar pássaros em morcegos e um coração em um simples pedaço de músculo.
Não me permito esperar algo de qualquer pessoa. Nunca me permiti. Amor é para ser dado e não recebido.
Agora vejo o quanto me corrompi sem a mínima percepção. Como o idealismo toma tanta conta que consegue me desviar de mim mesma?
De qualquer modo, meus emocionados agradecimentos para aqueles que hoje me fizeram sentir querida.
Aos outros, obrigada por tornar isso um dia normal.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Friendshep-ig

Shall I compare you to a summer's day?
I think I shouldn't.

Summer's day can be tiring and hotter than happiness
This sun you brings me involves every healthy shade
Winds of a bright and peacefully afternoon, evil-less
When I'm paying what I'd payed

I'm black in black, fading to dark
You comes with a string of coloured beads
The wind just brings your soul
and everything a sunny day leads

domingo, 11 de outubro de 2009

10 de outubro

Primeiramente, me desculpe por falta de consideração ao escrever isso na data errada. Mas acho que o passo em que estamos me permite essas pequenas infidelidades em relação ao tempo. Não que a amizade não seja suficiente para a lealdade e beleza dos atos, mas isso se torna inútil quando se produz algo inesperado (embora previsível).
Não me interessa há quanto tempo não temos uma conversa. Me sinto no dever de te parabenizar de um modo mais completo, diferente das felicidades desejadas a outrém simplesmente por você assim o ser. Amigo é sempre amigo e sempre especial.
Me cansei de falar do passado, aquele discurso de significado que você teve para mim está demodê até para datas comemorativas.
Me resta agora o sumo de todas as palavras que eu estou te escrevendo: o meu imenso desejo de te ver feliz. Não preciso estar sempre lá para te ajudar ou qualquer outro favor (mas se precisar, aqui estou :). Eu te conheço o suficiente para saber que vai seguir o caminho certo (se não, aprender muito com os tombos) e ser feliz.
É isso aí. Quando nos sobra distância, me sobra apenas a sinceridade. A qual, acredito eu, seja a melhor coisa em que se possa investir para parabenizar alguém querido, de coração.

domingo, 4 de outubro de 2009

The philosopher

And what are you that, wanting you,
I should be kept awake
As many nights as there are days
With weeping for your sake?

And what are you that, missing you,
As many days as crawl
I should be listening to the wind
And looking at the wall?

I know a man that's a braver man
And twenty men as kind,
And what are you, that you should be
The one man in my mind?

Yet women's ways are witless ways,
As any sage will tell,-
And what am I, that I should love
So wisely and so well?

Edna Saint Vincent Millay

the philosopher

Ah, mas o preço que se paga
por não creditar o acaso
É tão doce, tão doce

domingo, 16 de agosto de 2009

My generation is zero ♪

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1268300-5598,00-JOVENS+ESTAO+MAIS+CONSERVADORES+E+PREOCUPADOS+COM+O+FUTURO+DIZ+PESQUISA.html

Olá! Essa é a minha geração.

Conservadora. Conformada mesmo. Admito que fiquei muito triste ao ver isso. Individualismo no ápice. Não quero que minha visão libertária influencie, mas, o fato de o jovem ser contra a legalização da maconha para mim (fora a parte libertária) é uma prova de que ele, sei lá, de que ele não se divirta talvez ._.
Aí eles também dizem que cultura é uma ótima distração.
Percebo. Aqui no sesc de São José as coisas são bem burguesas. Cheias de "salve a mata atlântica e pague 300 reais num sapato cult".

Renato Russo estava certo: "Burgueses sem religião"
Eu pensei que o meu futuro seria mais tranquilo do que o presente. Mas pelo perfil do jovem de hoje, o jogo dos ratos continuará. E pobre de mim, que não consigo me ver como tais.
Eu nasci na época errada. Odeio essa geração conformada que finge que vê para os outros os verem.

D:

voltando à escola. (último dia de férias)

Como ser feliz num mundo onde sua vida se chama lazer, sua liberdade "férias" e a razão de seus dias serem as horas trabalhadas?

Sorte é se adaptar e viver comumente. Afinal, todo mundo faz isso!
"O trabalho dignifica o homem"

Não entendo quão digno alguém pode se tornar por lutar por sua sobrevivência ou melhores condições de vida. Afinal, eu acho que a dignidade tem mais a ver com caráter do que com a obediência cega dos padrões mundanos.

Sou um pássaro, preso em uma gaiola. Ou eu saio, perco o alpiste e morro, ou eu vivo dele.Preso.
Mas, não é tão ruim assim. Vamos nos acostumar! Existem muitas distrações! Entre relações de poder maior/menor, encontramos centenas de pessoas que o procuram ser. Divertir-se dentro da gaiola é bom, mas lhe custa uma pequena parcela de sua vida: os olhos.

sábado, 8 de agosto de 2009

Vergonha alheia (de mim)

Estava lendo algumas postagens antigas.
Só para constar: pufft, amor verdadeiro! Argh ¬¬' mas que mentira

Lista de arrependimentos

Devido a meus problemas de memória que estou concluindo ser graves, quero guardar por meio deste blog uma lista das coisas que eu não fiz e me arrependi por assim ter agido.
Sem uma introdução bonita ou encheção de linguiça, lá vou eu!
Bem, a primeira e, acredito, mais sem graça, é o fato de eu não ido no show da banda Jason ._. Uma banda de HC baiano (são de lá mesmo?) que é extremamente boa. Se houvesse alguém que lesse isso, eu indicaria: Ouça! Ok, acontece que não me lembro o porquê de não ter ido e daquele dia só me restou realmente o arrependimento (o qual me faz alterar de raiva quando ouço as boas músicas da banda).
A segunda, acredite, é sem graça também! Aconteceu porque numa eleição para definir o redator do teatro de décadas eu não votei em mim ._. Perdi por um voto. O que, alíás, me renderia mais um voto. Isso se deve pelo fato de que meu amigo não votou em mim porque eu não votei em mim ._. Ok, isso exige uma explicação. Por que eu não votei em mim? (ensaiei essa resposta para quem quisesse perguntar, mas isso não aconteceu). Acredito eu, que, quando eu me indico para o cargo eu já estou demonstrando interesse na vaga, não é? Sendo assim, eu acho que aqueles que se indicam não deveriam votar. Mãs, já que naquela manifestação democrática os canditatos poderiam votar e eu acharia egocêntrico demais votar em mim mesma, votei em outra pessoa, que para mim era muito competente. Tá, não foi por perder que me arrependi de não ter votado em mim e nem pelo fato de todos os outros os canditados terem votado neles mesmos. O que me faz enlouquecer quando me lembro do ocorrido é que no final a massa acabou votando por afinidade e não por competência. Aí eu me arrependo: eu acreditei na sinceridade das pessoas e me fudi, porque depois fiquei morrendo de vontade de ser editora



._. por hoje é só. (Eu não me lembro do terceiro evento do qual eu me arrependi por não ter feito, maldito alzheimer!)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Exílio parte II

Faminta demais para se satisfazer
Satisfeita demais para se acomodar
Ela reserva a seu destino intensas e tempestuosas páginas.

Exílio parte I

Morrer esquecida numa cidade do interior.
Parece raso e desprovido de significado.
Uma morte a altura do que se resumia sua alma nos últimos meses.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

what a hell is your name? whats your passion, what is your pain?

Essa é talvez a primeira postagem que faço sem um pingo de sentimento.
Vai sair assim, oca, exatamente como estou.

E é aqui que começa, this is where it starts.
Se tudo o que começa um dia acaba e se tudo acaba onde começou, seria essa a hora de encerrar algo que aqui foi iniciado?

Eu já fiz tantos fins, meios e inícios para tantas histórias.
Aí eu me esqueci da minha.
Ela tem início e meio. Mas eu insisto em terminar no corpo do enredo.
Será que eu nunca vou saber quando eu vou dar o ponto certo?

Não me importa

terça-feira, 14 de julho de 2009

hard times

Apressar os passos
não vai ter êxito quando se trata do futuro

O seu presente é uma caixa de fósforos
de vidro;
O seu lugar é a poltrona do teatro.

Mas a sua peça está por vir.
Não sabe quando, nem como.
Pensa seriamente em sair do teatro e encontrar o frio e a escuridão da rua

Aí entende que, o tempo está no compasso.
E por mais que acelere a melodia, ela não sai do ritmo.
tudo o que se deve fazer é não parar.

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena

Na França, num palacete, na rua, no campo, na sua cidade, num cortiço. Sempre será feliz (:

domingo, 12 de julho de 2009

Por que o amor de sua vida apareceria justamente na sua vida?


:D

vestígios

E quando baixa o pôr do sol você vê realmente o que é que ficou do seu dia.
Analisa, emocional e tenso os movimentos escolhidos.

Quando se está no inferno você realmente vê o que ficou de sua vida.
Analisa, nostálgico e repreendido todas as dádivas concedidas.

E quando agente vive, ah, quando agente vive...

Nenhuma alma lhe é pequena; insuficiente, infeliz ou necessária.

domingo, 21 de junho de 2009

aquele cujo a dádiva do toque não lhe foi concedida;






(adoro um amor inventado ♪)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

pra onde ir quando o que você quer é nunca chegar?

um estranho e eu

Seria qual meu destino? Qual seria o meu verdadeiro lugar?
Vivo em busca de quando, sem perceber, me entregar. A um amor, um sentimento, à flor da pele.
Mas quão tristes são os caminhos que trilho em outros sendo que a cada direção enquanto vêm luz, me encontro em trevas.
Vivo em busca de quando, sem preceber, eu não esconda nada e inspire em todas as minhas palavras minha alma. Sem censuras, receios ou clichês.

Me aconchego em meu próprio espírito e espero. Por um cúmplice, o qual eu ame em liberdade.

Chegar ao meu caminho.

Suplementar, impessoal e informalmente formal.
Sem falsidades, um estranho e eu.

[perdendo o cuidado com o idealismo]

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Muito justo, eu digo.

And in the darkest night
If my memory serves me right
I'll never turn back time

Forgetting you but not the time...

angelical

como o meu demônio .

terça-feira, 2 de junho de 2009

Imersa na ausência da razão
Pensando
Enquanto não se faz a dádiva da emoção

Vivo. Uma planta. Outrém.

Corro. Do vazio para ninguém.




[Eu provei]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Confissões a um psicanalista

"A emoção é o ridículo da vida", diz a razão.
"Toda a infelicidade da vida tem raízes na razão", diz a emoção.


Levantam-se, abraçam-se, amam-se.

domingo, 26 de abril de 2009

Eu vou provar
Pra você
Pra mim
Pra todo o mundo
Que tudo o que nós temos
Não passa de imaginação.

Uma dívida,
clara, fria e sem fiança

Que vai nos libertar da máscara
cheia de flores
do amor; (que eu guardo)


PS: "Muito justo". Todos vão dizer.
Confirmo e abaixo a cabeça.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

é com lágrimas nos olhos
que eu deixo a sua mão
pulo o precipício
e vou de encontro ao infinito;

Se em corpo me garanto em segurança,
em alma vivo de arriscar;

Se para a paz é preciso a guerra,
Que seja feita a vossa vontade
Entre tantos caminhos errantes
Que [eu] me encontre assim como era
tanto tempo atrás.

Entrego-me a incerteza
De um universo que me pede aventurar
Embaixo do céu de estrelas,
vejo em meu peito a beleza

Mas eu tenho certeza que vou chorar...

Eu sei e você sabe

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim,
Que nada neste mundo levará você de mim.
Eu sei e você sabe, que a distância não existe,
Que todo grande amor, só é bem grande se for triste.
Por isso, Meu Amor….
Não tenha medo de sofrer.
Que todos os caminhos me encaminham para você.
Assim como o oceano só é belo com luar.
Assim como a canção só tem razão se cantar.
Assim como uma nuvem só acontece se chover.
Assim como um poeta só é grande se sofrer.
Assim como viver sem teu amor, não é viver,
Não há você sem mim,
Eu não existo sem você

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Atrevo-me, sem êxito

Mas, para você, o que é o amor?
Para mim, o amor lembra um lindo dia ensolarado, um jardim florido, uma tarde com sua melhor amiga, uma lágrima precedida por um sorriso.
Se ele me ama ou se não, é um mero detalhe diante de toda a natureza e sentimento que isso engloba em mim.
O amor é uma semente, que, sendo plantada por alguém, gemina dentro de nós e lá fica até o fim de nossos tempos.
Aprendi durante esses anos que, para se amar não é necessário o corpo do próximo, sendo que as almas sempre estão em sincoronia.
Fico feliz que essa semente que aqui você plantou seja hoje uma linda árvore de imensa cópula, cheia de flores e, que, com certeza, ainda tem muito a crescer.
Se em você ela não geminou, o solo não era tão adequado assim, ou nela já havia outra geminada... que seja.
O que importa é que eu não vou me esquecer nunca das minhas raízes.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

para toda regra...

Costumo dizer que é natural do ser humano se acostumar e adaptar ao meio em que está. Saudades existem, mas são apenas saudades.
E realmente, foi assim a minha vida inteira. Amei, mas esqueci. Me aproximei, me afastei. Achei que sentiria pra sempre.
Embora tenha compreendido que dentre tantos ventos que nos levam e trazem pessoas existe a saudade só; tenho em minha incompreensão os pensamentos passados que me conduzem a ideia de que não existirá poesia sem você, em mim.

segunda-feira, 30 de março de 2009

o que não foi de hoje

E qualquer lugar era melhor que sua casa.
O sereno da chuva escorria em seu rosto como as lágrimas que não brotavam
Estava só. Em marcha lenta, fúnebre, de volta à rotina em que assegurava-se sua vida.
_Pelo menos hoje chove, ela pensou.
Respirou fundo. O ar úmido invadiu seus pulmões e, como em um sopro de vida, lembrou-se do que estava sentindo. Apertou-se a garganta, aqueceram-se os olhos.

Foi aí que chegou em casa, jogou seu material num canto qualquer e quando a chuva parou de cair, chorou.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Assim sou só

._.

Medo

De ser só.
Onde a única luz que se vê
Provém de fantasmas

Medo
De minha própria ignorância,
Da própria solidão que em mim julguei indiferente

Medo da luz sem sentido do sol
Medo de ser triste
De passar pelo tempo
passar... passar sem marcas

Saudade
da felicidade .
Do luar, do ar fresco.
Da vida.

domingo, 15 de março de 2009

Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei

Gostaria de desejar nunca ter te conhecido;

Sou como pedra dentre quize mil passos
Ondas que banham os pés dos fiéis
as mesmas que ocultam lágrimas nunca reveladas

Passiva andante;





Conta a lenda que tudo que cai nas águas deste rio - as folhas, os insetos, as penas das aves - se transforma nas pedras do seu leito.

Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atirá-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças.

(Paulo Coelho)

domingo, 1 de março de 2009

tenho medo que pra ti eu seja apenas mais um que te quer

...


Quem me garante que com ela também já não foi assim?
Você pode estar me dizendo o que eu quero ouvir
Você pode estar lutando por uma causa cuja qual você nem acredita mais

Pode fazer teatro, posso ser apenas mais uma a quem você quer pra abafar a sua solidão.

Não sei se você é mágico, não sei se é místico, não sei se é honesto.
Não sei se essa ligação é tão forte assim. Não sei se é única.

Não sei se o amor realmente existe
Desacredito em tudo o que movia minha alma.
Desacredito que você possa comigo apenas ter crescido.
Tenho medo de que não seja eu seu verdadeiro amor.
Questiono os humanos se eles compreendem a necessidade do tempo em tudo o que lhes está pronto a acontecer.

A paciência é a virtude daquele que ama.
A virtude daquele que sabe que, com ou sem a pressa, o destino dá as caras apenas no momento certo.

Como é que um alguém consegue entender aquilo cujo mistério é a inspiração do mundo, da arte, e ainda por cima julgar essa força com seu próprio juízo?

Só quem ama se sente livre para sentir e ver a liberdade da complexidade do próximo.
Só quem ama sabe que um amor nunca é igual ao outro.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

.não, eu não quero lembrar. . .

"Você sonhava acordada
Com jeito de não sentir dor
Prendia o choro
E aguava o bom do amor"

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A fórmula da futilidade; a fórmula da sociedade

Todos se preocupam com a sua imagem. Ela sempre coicide com o que a pessoa é.




Cabe a nós sentir se é aquilo de pura essência ou mera construção.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Ne me quitte pas

Você fala e faz sem convicção
e quando eu lembro do passado
me parece que aquilo não foi meu
assim como sempre você o foi

quanto mais aquilo fica longe
mais racional e morto se torna
''eu sei que vou sofrer
eterna desventura de viver''

sei que vou me acolher
em seus braços esfumaçados
da lembrança de te ter
e jurar antes sempre ter amado

como em pontos opostos ficará o amor
e junto o desejo de não ter
aprendi a conviver com a dor
e você com o medo de sofrer

vivo.
você caminha.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Presente

Quando as flores murcham
O que era belo foi descoberto na ilusão
de tempos passados

o real é sujo
fútil
humano

E, quando aquela flor
esquecida meio a papéis em uma gaveta
lhe é novamente entregue
sente a seiva nas pétalas já destroçadas .

[aquela pasta nunca foi apagada]