terça-feira, 24 de novembro de 2009

verano. parte um

Não sei o porquê de escrever algo para alguém que não dignificou alguns segundos de seu tempo para mim. Um estranho, completo desconhecido aos olhos de quem passa na rua agora e nos vê. Não deveria dedicar meus minutos de escrita a alguém assim. Mas diferente de ti, eu faço, peco contra o orgulho e justifico, na sua cara, com tudo aquilo que você foi para mim.

Tais palavras ecoavam enquanto ela caminhava para a casa depois de um dia de diversões no parque. Só, caminhava observando, de longe, um jovem esportista que rumava para a casa.
Ar puro, o barulho dos carros, clima de chuva. Dentre a atmosfera muda e seca, ambos seguiam o rumo distanciados pelas palavras contidas. Mais que metros físicos, o que os deixava longe era o conjunto de átomos, toneladas deles. Átomos de orgulho, desprezo. Átomos que doíam, átomos indiferentes, normais, que distanciavam estranhos. Tanto desprezando quanto sendo desprezados, ambos seguiam.
Um simples atraso ao sair o parque causou a desagradável reflexão provocada por aquela imagem. Aquele estranho a sua frente, indo para a casa. Deixando para trás todas as suas memórias. Rasgando o vento tão rápido em direção ao futuro, que sufocava. Ela se sufocava.

sábado, 21 de novembro de 2009

Todo ciclo existe e tem que ser fechado, não interessa quanto tempo demore

Post de 18 de junho de 2007

Vá lá e veja, leitor. Depois volte. Sou corrompida demais para não me deixar levar pelo pecado da preguiça.

Quem diria que aquela liberdade que eu sentia ao estar livre, era na verdade o oposto.
Essa tal liberdade durou um ano em que fui mais alienada (perceba pelo número de posts).
E voltou para mim personificada na mesma pessoa. Aquela de quem eu me via um diamante nas mãos de um mendigo foi a chave para meu reencontro. O mendigo continua sendo um mendigo, mas não há ninguém no mundo que tenha encontrado mais felicidade nesse mendigo que eu.

Digo isso agora e, a segunda parte do ciclo é quando, sufocada pela alienação acabo por trocar os papéis e virar o mendigo e ele o diamante, para depois perceber que o ideal é utopia. E que a utopia se encontra em nós.
Caiu por Terra. Fez a curva para baixo, reencontrou o início e acabou.

Entrei em outro ciclo. Um ano atrás eu rompi. Depois de esquecer, bate na minha cara com a curva de fechamento: a triste.

A primavera de nossa desesperança

Preciso parar de pensar em sentimentos.
Sempre que penso, chego a conclusão de que não sinto nada.
Avalio no plano da razão todas as consequências do mesmo e sempre, sempre caio em déficit.
Ninguém me deixará feliz, logo, não deixarei ninguém feliz. De que vale uma vida em que o bem -estar é um novo testamento dos judeus?

Vêm como um raio. E é, na minha opinião, o motivo de a racionalidade ser tão desprovida de essência.
A vela queima nas duas pontas. Você ignora o calor e analisa, gota por gota por fim esquecendo de sentir a temperatura. O resultado é metade da noite em gasto de energia determinando um padrão e a outra metade fria e escura.

Minha vela queima nas duas pontas. Prefiro esperar acabar sem ver a luz, sem te mostrar essa luz.
"- Essa vela um dia já queimou", é o que eu quero dizer.
E que força inútil é essa que eu quero te mostrar? Que fragilidade eu vejo no presente? Em estar nas mãos de alguém?
Enquanto ela queima, me sufoca.
É como o verão neste lugar, que tarda a chegar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Doze de novembro de dois mil e nove

Nada melhor que um aniversário para fazer um balanço de sua vida. Ano novo e natal também servem, mas, no meu caso, o aniversário vem perto e antes.
Não que fazer um balanço seja mau, mas comparar este aniversário com outros é ruim, ainda mais quando se sentiu no céu em um e em outro tratou como um dia longo que demora a passar.
É claro que há aqueles que se importam realmente com você e fazem do seu dia, pelo simples ato de serem sinceros e se expressarem, um dia especial.
Mas a morbidez em que me encontro agora transformou essa data que eu sempre achei tão bela e suave até nos números em um desejo intenso e inabalável de me encontrar sozinha, entre tristeza e reflexão.
Incrível como uma única ação no fim de seu dia possa construir a lembrança tão intensa e melancólica do que essa data foi.
Uma rede inteira de amigos, um dia cheio de descobertas e sentimentos profundos raramente sentidos e muitas risadas felizes vão embora com a indiferença de uma única pessoa.
Indiferença. Apenas a indiferença de alguém nem tão próximo assim te estraga o dia.
É idiota, sem motivo, quase ridículo, concretamente vergonhoso admitir isso para alguém, mas eu fiquei triste por esperar algo de outra pessoa.
Um simples desejo forçado fez toda a atmosfera quente, feliz, iluminada e colorida do dia cair por terra e transformar pássaros em morcegos e um coração em um simples pedaço de músculo.
Não me permito esperar algo de qualquer pessoa. Nunca me permiti. Amor é para ser dado e não recebido.
Agora vejo o quanto me corrompi sem a mínima percepção. Como o idealismo toma tanta conta que consegue me desviar de mim mesma?
De qualquer modo, meus emocionados agradecimentos para aqueles que hoje me fizeram sentir querida.
Aos outros, obrigada por tornar isso um dia normal.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Friendshep-ig

Shall I compare you to a summer's day?
I think I shouldn't.

Summer's day can be tiring and hotter than happiness
This sun you brings me involves every healthy shade
Winds of a bright and peacefully afternoon, evil-less
When I'm paying what I'd payed

I'm black in black, fading to dark
You comes with a string of coloured beads
The wind just brings your soul
and everything a sunny day leads