terça-feira, 12 de janeiro de 2010

retiro, o espírito

Este texto foi escrito em alguma noite entre os dias 14 e 19 de Dezembro enquanto me encontrava na pacata cidade de meus avós. Reconheço a autora como a parte espiritual de mim.

Tais dias em tal terra me trazem uma sensação já descrita por muitos no passado, mas não em foma positiva ou alegre. Aliás, não o é, po´rém, não é triste ou carregado de sentimento.
Caracteriza-se essa passagem mais como um retiro, onde o exterior é descartado- como não consigo alcançar tal exercício seguindo outro princípio, o faço impulsionada pelo tédio. Sim, o tédio! Principal companhia por estas ruas de paralelepípedo onde a única distração é a putrefe televisão, que me causa crises ao perceber alguns discarados mecanismos de emburrecimento.
Escrevo deste modo para reclamar. Essas são as palavras secundárias que planejei registrar hoje. Como sempre, o secundário é aquele esforçado que nada vale diante da magia do primário. Pois o primário se perdeu. À mim as palavras chegam sempre sem esperar. Embora desta vez receasse que não viessem.
Estava a construir uma crônica. Alienada, sempre. Infelizmente, como tudo que penso em escrever. Mas no tempo entre a mesma e uma caneta, esvanescera-e, para sempre, o feto de meu esclarecimento. Durante a busca, fizera também alguns versos sobre versos não registrados. A estes, adivinhe, a honra do registro também não fora concedida. Entretanto, de tão esclarecida a idéia, fez-me salvar pelo menos o enredo de tal motezinho.
Lá dizia que eu odeio versos perdidos, entretanto, o registro dele, quando se faz, é banal. O verso é banal. Não me considero vaidosa -e cega- o suficiente para considerá-los boa coisa. Quando me vem os versos, sinto que é preciso registrá-los, mas, se o faço ou não, não me importa. Exprimi. E está acabado. Quando registro, me enveneno de vergonha. Mas que paradoxo, deve você pensar. Afinal, posta tudo a quem quiser ler. De fato, gosto que se interessem por mim, mas não o incentivo de modo algum. Ao menos quando quero que vejam. Versos banais, porém necessários em certas ocasiões.

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