sábado, 21 de novembro de 2009

A primavera de nossa desesperança

Preciso parar de pensar em sentimentos.
Sempre que penso, chego a conclusão de que não sinto nada.
Avalio no plano da razão todas as consequências do mesmo e sempre, sempre caio em déficit.
Ninguém me deixará feliz, logo, não deixarei ninguém feliz. De que vale uma vida em que o bem -estar é um novo testamento dos judeus?

Vêm como um raio. E é, na minha opinião, o motivo de a racionalidade ser tão desprovida de essência.
A vela queima nas duas pontas. Você ignora o calor e analisa, gota por gota por fim esquecendo de sentir a temperatura. O resultado é metade da noite em gasto de energia determinando um padrão e a outra metade fria e escura.

Minha vela queima nas duas pontas. Prefiro esperar acabar sem ver a luz, sem te mostrar essa luz.
"- Essa vela um dia já queimou", é o que eu quero dizer.
E que força inútil é essa que eu quero te mostrar? Que fragilidade eu vejo no presente? Em estar nas mãos de alguém?
Enquanto ela queima, me sufoca.
É como o verão neste lugar, que tarda a chegar.

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