segunda-feira, 4 de julho de 2011

Não acho que escrever ajude em nada. Não agora que já não me vem nada ao peito se não o alívio de, aos soluços, trazer ao universo toda a desordem daquilo que não se deixa colocar nos ínfimos eixos organizadores da fala. Mais do que tudo o que se diz, é o que se sente: e o que se sente é realmente o que importa, logo, não acredito que apenas escrever teria adiantado se não viessem, cedo ou tarde, os soluços. E quando vêm, tiram do peito toda a gramática, todo o som. E só resta me entregar aquilo que toma todo o corpo, aquilo contido por toda a noite, que sente entre as quatro paredes da mente, conforto suficiente para rebentar. E dizer. Não a causa, mas o presente. Não o motivo (desconhecido), mas o potencial. E não mais que tardiamente traz toda a calmaria do vazio pós transbordamento. De tristeza? De mágoa? De ódio? Talvez de vida. Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos. Agora posso dormir em paz.


Já tentei ser boa, mas hoje quero ser ruim. Com justiça.

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