Que deprime agente tanto, tanto..?
Acho que sou covarde. Fazia muito tempo que não via o tempo passar assim, agonizante, como nas tardes de domingo. Um receio do que já foi e uma ânsia pelas que ainda vão acontecer. Tempo de estagnação, onde restam sensações desagradáveis de nostalgia.
Sempre fugia. Vivia como sempre quis viver. Mas hoje, como essas que o destino sempre tem, acabei por aqui ficar.
Me imagino onde costumo estar. Me parecem tão vazios de significado meus motivos para não estar aqui, na morbidez.
MORBIDEZ. É essa a palavra. Ela é a lama criada por suas lágrimas, que vai passando, viscosa, por todo seu corpo, te fazendo afundar mais e mais... até não respirar. Lutar contra a morbidez é difícil e nas tardes de domingo, chega a ser impossível. Me consola o alvorecer do novo dia. O encontro com pessoas, as pessoas da rotina, a segurança da rotina que, infelizmente, te acolhe e te deixa mais forte [ou parece te deixar mais forte].
Agora é tempo perdido. O sol já se pôs e a noite te envolveu em casa. Nem que saia, nem que veja gente, muita gente, o melhor de gente que você pode considerar, não vai se libertar da lama. E você engoliu a lama. Está estufado, absurdamente cheio de lama. A lama que te sufoca, que pesa aos olhos, diminui a audição, que causa indisposição.
Por favor, que quando acorde, a lama tenha acabado, que eu ouça os pássaros, porque isso é coisa que agente só ouve quando está tudo bem.
Um comentário:
meio deprimente, né?
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