sábado, 19 de junho de 2010

O fim não acaba, esvaece. Esvaece e alvorece o Sol do nosso tempo.

Por isso não chore, querido, não chore por aquilo que já não tem nas mãos, em casa ou na rotina.

O consolo àqueles que fortes são não te faz aplaudir,senhora. Entretanto, a lição que o servo tem ao vassalo se faz rica sempre. Minha ínfima alma lhe acaricia, fera forte, fera temida, fera temente. Pois sei que é fraco e frágil além de forte. Que pretende ao amor tanto quanto eu e tanto quanto seu gênio.
Acredito que a fome se fez maior que a angústia em seus trechos até agora.

Não se apegue à seu vinho,senhor. Não se apegue ao ópio. Pois a ausência só faz doer quando a presença é necesária. Quando se ama, senhor, as estações te felicitam. Saberás o que vai e o que vem, lembrarás da colheita e das flores mas não amargará o chá que te aquece no inverno.

O fim não virá para o mal, meu senhor, o fim não se chama fim, mas início.
Pessoas vão, dinheiro vai, só resta a consideração.
Tristeza é coisa de possessão, senhor.
Onde quer que estejam aqueles que lhe encantaram o coração, saiba que estarão contigo, senhor, saiba que a vida passa e nem por isso é ruim. A herança dos que habitaram a Terra ecoam eternidade afora.

E é isso, senhor, apenas isso que resta de todos aqueles que um dia foram um conjunto de átomos, um conjunto singular proveniente de um macaco e formadores de seu filho, talvez.

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